Luiz Santiago

21 de dez de 20082 min

Lucro também vem da participação

A administração participativa, embora seja um conceito já  antigo, nos remete à valorização que se dá aos funcionários que aprimoram processos no trabalho e resolvem problemas que dificilmente seriam percebidos pela alta direção de uma empresa. Seriam muitos os exemplos, mas, para ilustrar, recorri a dois resultados que acompanhei poucos anos atrás em uma indústria do setor agroquímico, decorrentes de um programa de sugestão de melhorias contemplado nesse modelo de gestão:

– a partir de uma sugestão, um funcionário conseguiu reduzir de 12 para 5 horas a preparação de um produto, cujo processo original provocava o entupimento de uma peneira da máquina para sua formulação. Apenas o operador saberia como resolver essa situação e foi o que fez, motivado pelo programa de administração participativa implementado nessa fábrica. Quando o presidente, diretor ou mesmo o supervisor da planta conseguiria detectar com tal precisão esse problema?

– outra sugestão de melhoria no sistema de fechamento de caixas proporcionou à empresa uma economia na ordem de US$ 19 mil.

Em único ano, 31 projetos nesse sentido foram inscritos no programa, além de 298 sugestões de melhoria. Os projetos de maior destaque, claro, foram premiados. Da indústria ao setor de serviços, me recordo também de um amplo programa que previa a redução de desperdício nas áreas administrativas. Como prêmio, 200 reais para cada funcionário se uma meta inicialmente estabelecida fosse alcançada, além de uma premiação especial para as “melhores idéias”. A meta não só foi alcançada, como ultrapassou em mais de 100% o que havia sido previsto em redução de desperdício.

Vale lembrar que esse tipo de participação não só aumenta o engajamento e a satisfação no trabalho, como contribui para o desempenho do colaborador e para a competitividade da própria organização no mercado. Se isso traz resultados para praticamente todos os níveis da empresa, ouvir sugestões de colaboradores da organização interessados em melhorar a empresa onde trabalham pode, sim, aperfeiçoar as atividades de Comunicação e Marketing. Essa é uma força colaborativa que não pode ser desperdiçada. E a pergunta é: o quanto os gestores dessas áreas estão dispostos a ouvir, hoje em dia?

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