Ontem estava revendo algumas antigas anotações sobre conceitos de administração e me deparei com uma bem interessante: “A verdadeira essência do empowerment é liberar os conhecimentos, a experiência e o poder motivador que já existem nas pessoas e estão sendo pouco utilizados”. A referência é de um livro de Ken Blanchard, elaborado em parceria com John P. Carlos e Alan Randolph.
O conceito de empowerment (autorização) deve ter surgido pela década de 80. É uma forma, apropriando-se da definição dos autores citados, de “tornar os membros da equipe parceiros no negócio que determina o sucesso da empresa (…) ou seu fracasso”. Existe aí uma relação do papel do líder com a equipe, que prevê a delegação de responsabilidades para que as pessoas tomem decisões importantes para os negócios da empresa. Concede-se a ‘autorização’ para tal fim.
Obter informações, claras e objetivas, sobre a condição financeira e estrutural da empresa, é fundamental, além de muitas outras que permitam a cada funcionário entender melhor o ambiente em que atuam a fim de melhorarem processos e tornarem a organização mais competitiva. Se esses breves comentários lhe pareceram familiares a outros conceitos, você está certo. Tudo isso fez sentido na época em que o empowerment estava em maior evidência e ainda continua fazendo sentido, claro.
O que não se pode perder, em qualquer época que seja, é o valor de participação das pessoas. Não é novo o que digo, mas não há fórmula mágica para essa participação. Acredito que o engajamento, em adequação à palavra que descreve o conceito inicial, concentra a verdadeira representação da força que há nas pessoas e a sua disposição e capacidade para entregar à organização e a seus clientes aquilo que é esperado.
Engajamento é um ato de dedicação espontânea dessas pessoas para a realização de um determinado objetivo. É uma dedicação ou envolvimento decorrente do apreço pela empresa em que trabalham e da retribuição pelo crédito que lhes é depositado. E, para isso, não precisam de nenhum tipo de autorização. Elas tratam a empresa da mesma forma como são tratadas. Engajam-se com a missão da empresa, estimuladas pelas boas práticas de liderança. E nada disso acontece sem comunicação, percepção de sentido do valor do próprio trabalho, objetivos estratégicos e visão de futuro.